Liberdade...

A palavra liberdade nunca me fez tanto sentido. Sentir o gostinho de ser dona da própria vida, de ter as decisões do meu futuro, de ser a única responsável pelos meus sentimentos.

Aos 15 anos eu achava que a vida só seria completa se eu tivesse algum relacionamento amoroso que no final resultasse em casamento. Não que eu tenha deixado de achar isso, faz parte da felicidade, mas percebi que tudo não passa de uma grande sonho.Recentemente li um pequeno texto sobre sonhos, vou transcrevê-lo:



"o Kramer apaixonou-se por uma corista que se chamava Olga. por algum motivo nunca conseguiam encontrar-se. ele gritava passando pela casa de Olga, manhãzinha (ela dormia): Olga, Olga, hoje estou de folga! mas nunca se viam e penso que ele sabia que se efetivamente se deitasse com ela o sonho terminaria. sábio Kramer. nunca mais o vi. há sonhos que devem permanecer nas gavetas, nos cofres, trancados até o nosso fim. e por isso passíveis de serem sonhados a vida inteira." (Hilda Hilst, Estar sendo. Ter sido)



A frase em negrito me marcou profundamente. Eu concordo plenamente com essa visão, mas infelizmente isso é ruim porque sonhar a esse extremo é coisa da época do romantismo, lá da literatura estudada no ensino médio, e adivinhem em que época estamos...É, admito que eu tenho um romantismo dessa proporção, mas é tudo na idealização, tal como eles acreditavam. Um sentimento belo, forte e leal, mas impossível de ser realizado e mesmo havendo possibilidades, perderá toda sua essência se concretizado, por isso deixo ele só nos sonhos. Tomo a liberdade para decidir isso.

Assim, prefiro ser uma mistura de tudo e para todos. Dependendo dos casos posso ser fria, discreta, fechada, pronta para intensos relacionamentos abertos, comunicativa, palhaça, um amor de pessoa. Cada um tem de mim o que mecere, é o que diz uma famosa frase que volta e outra vejo por aí.



O amor nasceu para ficar na imaginação, o mais puro amor é assim.



E a liberdade de fazer da minha vida o que eu bem entender é a minha verdadeira felicidade. Não quero ficar presa a ninguém. Mas quero viver intensas paixões e depois guardá-las nas lembranças ou na saudade (sim, existe uma grande diferença entre lembrar e sentir saudades). Não abro mão da minha liberdade, não!



"Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom

Daqui não

Eu vivo a vida na ilusão

Entre o chão e os ares

Vou sonhando em outros ares, vou
Fingindo ser o que eu já sou"

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1 comentários:

Caio disse...

nooooossa, alguém lê Hilda Hilst,
ela se baseou muito na teoria de schopenhauer
muito interessante esse texto... foi até questão da fuvest.

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