É, meu ano de 2009 finalmente chegou ao fim, rs!
13 (nº da sorte ou azar?) de janeiro de 2010: o ano que nasci para uma nova vida! Consegui alcançar meu principal objetivo: passei em medicina em uma universidade pública! Digo principal pois a partir dessa realização conseguirei alcançar outras, tudo é consequência da minha entrada na faculdade.
Aqui, descansado, tirando férias, relembrei alguns momentos da minha vida escolar... Não nasci rica, vivi boa parte da minha vida em bairros distantes e frequentando escolinhas com pouca estrutura, de acordo com o que meus pais podiam pagar. Lembro q durante uns 5 anos, entre o período do ''jardim'' e da alfabetização, frequentei escolas em que eu era a única da sala, assistia aulas junto com os alunos menores, só sabia que me consideravam de uma série diferente, mas nem lembro se as aulas que me davam era as adequadas para alguém da minha idade.
Não tirei fotos, nem tive festinha com aquele anel do "ABC" que a maioria possui ao ser alfabetizado. Nas festinhas de páscoa, nas quadrilhas, nas peças, na sala, no pátio, em todos os lugares eu era a diferente, era a "altona" brincando com criancinhas menores. Enquanto os alunos da minha idade estavam na sala aprendendo o alfabeto, eu brincava de massinha, hehe. Porém, saí sabendo ler e com um educação escolar razoável.
Foi assim até entrar na 3ª série, mas agora em um colégio grande e religioso. preciso dizer que tudo foi estranho? Não, né? Mas força de vontade adquiri desde cedo e com ela um pequeno amadurecimento. Percebi que eu só poderia ser alguém na vida sendo boa nos estudos. E assim começou minha vida de aluna exemplar e dedicada.
Ao passar para a 7ª série, entrei em um colégio maior ainda, tradicionalíssimo (também religioso). Minha família já estava com uma condição econômica melhor e mudamos também para o centro da cidade. Lá, a maioria dos alunos era (e ainda é) de classe média para cima, a maioria não valorizava os estudos, mas felizmente não me deixei influenciar por eles e encontrei amizades que não menosprezavam totalmente o dinheiro que os pais gastavam pagando esse colégio. Foram longos 5 anos, até que cheguei ao final da minha vida escolar. Obtive grande conhecimento, mas não se pode fazer milagres quando a base do aluno não é sólida. Mesmo assim, saí do colégio elogiada por professores e até sendo comparada com uma das melhores professoras da instituição. Ao meu eterno colégio Santa Rosa, minha eterna gratidão.
2007 foi um ano tenso. Até então estava decidida a seguir a profissão de médica veterinária, pois desde criança tenho paixão por animais. Porém, minha família deseja mais para mim, queriam que eu fosse médica! Nesse ano tentei medicina, mas sabia que as chances eram mínimas que eu passasse, já que as vagas são poucas e se reduziram mais com a aprovação de cotas(maldito governo... Acham que somente alunos de colégio público são pobres e com algum tipo de défict de estudo. Sinto pena dos que possuem pouco discernimento para entender o que eles realmente querem com essas "políticas públicas" paliativas ). Fiz o que já estava planejando: passei em veterinária na universidade federal daqui. Foi com grande tristeza que tomei a decisão de não ir fazer minha matrícula, mas jurei ajudar os animais, mesmo longe da profissão.
2008 foi o ano de recomeçar. Ano de entender que meu caminho seria a medicina. Assim passei longos meses estudando muito, tentando recuperar a base que não tive. Foi surpreendente o resultado que obtive no vestibular daquele ano, mas continuava sabendo que ainda não seria meu ano de passar no vestibular. Previsão feita e concretizada. Nada que me fizesse desistir, no final daquele ano senti que poderia mostrar a todos que uma jovem com todo esse histórico escolar poderia sim passar em medicina, mesmo não possuindo muitas condições econômicas. E NADA, nem NINGUÉM iria ser capaz de atrapalhar isso, principalmente porque os estudos SEMPRE foram e serão prioridades na minha vida.
O ano de 2009 começou e os estudos se intensificaram. Sentia que aquele seria o meu ano. Estudei, estudei e estudei. Final de ano e as provas começaram. Veio a primeira fase da federal, minha nota foi boa, mas depois de diversas denúncias de fraude a universidade anulou a prova, mais uma vez a imagem da instituição ficou suja. Logo após, as provas da UEPA começaram, iria começar a luta pela instituição que eu verdadeiramente desejava. Primeira prova foi boa, a segunda, para minha surpresa, foi excelente! De 60 questões, acertei 58! Para aquela menina que mal tinha aulas de matemática e português aquilo parecia um sonho. Classifiquei-me para a 3ª e última fase esperançosa, mas com medo. No final, também tive um bom aproveitamento. Até o dia da divulgação do listão ansiedade era meu nome. Estava tão perto de passar, tão perto de provar a mim mesma que possuia inteligência para ser aprovada no ano mais concorrido e com as provas mais bem elaboradas da universidade estadual. Dia 13 chegou e meu nome foi falado na rádio! Eu havia passado! Mas ainda não acreditava! Precisei que mais de 10 pessoas me confirmassem que ouviram também meu nome e tive que conferir se estava no listão impresso.
PASSEI EM MEDICINA! Apesar das dificuldades, serei uma estudante de medicina agora! Finalmente vou poder retribuir todo esforço que meus pais fizeram. NINGUÉM poderá atrapalhar essa minha jornada. Alguns não me entendem quando eu falo dessa imensa dedicação e valor que dou aos meus estudos, será que depois dessa longa história podem entender? Será que dá pra compreender porque eu não passo minhas horas sonhando acordada com relacionamentos puros e felizes? Dá pra perceber porque não me envolvo tanto em baladas e bebidas?
Um conselho? Estudem! A educação é o que nos torna cidadãos e seres humanos dignos.
Aqui começa uma nova vida e mais uma longa caminhada. Ainda tenho muito a corrigir, mas esforço e dedicação não vão faltar! Tudo isso faço pela minha família, amigos, Deus e futuros pacientes... O resto é o resto!
Se conseguiram ler até o final, agradeço. Odeio textos longos, mas foi necessário, hehe. Espero que, com isso, eu possa contribuir para vocês se dedicarem mais ao que vale a pena, não a desejos fúteis como namoro ou viagens. A partir de hoje é uma futura médica que escreve nesse blog. Uma nova vida, realmente, começou!

13 (nº da sorte ou azar?) de janeiro de 2010: o ano que nasci para uma nova vida! Consegui alcançar meu principal objetivo: passei em medicina em uma universidade pública! Digo principal pois a partir dessa realização conseguirei alcançar outras, tudo é consequência da minha entrada na faculdade.
Aqui, descansado, tirando férias, relembrei alguns momentos da minha vida escolar... Não nasci rica, vivi boa parte da minha vida em bairros distantes e frequentando escolinhas com pouca estrutura, de acordo com o que meus pais podiam pagar. Lembro q durante uns 5 anos, entre o período do ''jardim'' e da alfabetização, frequentei escolas em que eu era a única da sala, assistia aulas junto com os alunos menores, só sabia que me consideravam de uma série diferente, mas nem lembro se as aulas que me davam era as adequadas para alguém da minha idade.
Não tirei fotos, nem tive festinha com aquele anel do "ABC" que a maioria possui ao ser alfabetizado. Nas festinhas de páscoa, nas quadrilhas, nas peças, na sala, no pátio, em todos os lugares eu era a diferente, era a "altona" brincando com criancinhas menores. Enquanto os alunos da minha idade estavam na sala aprendendo o alfabeto, eu brincava de massinha, hehe. Porém, saí sabendo ler e com um educação escolar razoável.
Foi assim até entrar na 3ª série, mas agora em um colégio grande e religioso. preciso dizer que tudo foi estranho? Não, né? Mas força de vontade adquiri desde cedo e com ela um pequeno amadurecimento. Percebi que eu só poderia ser alguém na vida sendo boa nos estudos. E assim começou minha vida de aluna exemplar e dedicada.
Ao passar para a 7ª série, entrei em um colégio maior ainda, tradicionalíssimo (também religioso). Minha família já estava com uma condição econômica melhor e mudamos também para o centro da cidade. Lá, a maioria dos alunos era (e ainda é) de classe média para cima, a maioria não valorizava os estudos, mas felizmente não me deixei influenciar por eles e encontrei amizades que não menosprezavam totalmente o dinheiro que os pais gastavam pagando esse colégio. Foram longos 5 anos, até que cheguei ao final da minha vida escolar. Obtive grande conhecimento, mas não se pode fazer milagres quando a base do aluno não é sólida. Mesmo assim, saí do colégio elogiada por professores e até sendo comparada com uma das melhores professoras da instituição. Ao meu eterno colégio Santa Rosa, minha eterna gratidão.
2007 foi um ano tenso. Até então estava decidida a seguir a profissão de médica veterinária, pois desde criança tenho paixão por animais. Porém, minha família deseja mais para mim, queriam que eu fosse médica! Nesse ano tentei medicina, mas sabia que as chances eram mínimas que eu passasse, já que as vagas são poucas e se reduziram mais com a aprovação de cotas(maldito governo... Acham que somente alunos de colégio público são pobres e com algum tipo de défict de estudo. Sinto pena dos que possuem pouco discernimento para entender o que eles realmente querem com essas "políticas públicas" paliativas ). Fiz o que já estava planejando: passei em veterinária na universidade federal daqui. Foi com grande tristeza que tomei a decisão de não ir fazer minha matrícula, mas jurei ajudar os animais, mesmo longe da profissão.
2008 foi o ano de recomeçar. Ano de entender que meu caminho seria a medicina. Assim passei longos meses estudando muito, tentando recuperar a base que não tive. Foi surpreendente o resultado que obtive no vestibular daquele ano, mas continuava sabendo que ainda não seria meu ano de passar no vestibular. Previsão feita e concretizada. Nada que me fizesse desistir, no final daquele ano senti que poderia mostrar a todos que uma jovem com todo esse histórico escolar poderia sim passar em medicina, mesmo não possuindo muitas condições econômicas. E NADA, nem NINGUÉM iria ser capaz de atrapalhar isso, principalmente porque os estudos SEMPRE foram e serão prioridades na minha vida.
O ano de 2009 começou e os estudos se intensificaram. Sentia que aquele seria o meu ano. Estudei, estudei e estudei. Final de ano e as provas começaram. Veio a primeira fase da federal, minha nota foi boa, mas depois de diversas denúncias de fraude a universidade anulou a prova, mais uma vez a imagem da instituição ficou suja. Logo após, as provas da UEPA começaram, iria começar a luta pela instituição que eu verdadeiramente desejava. Primeira prova foi boa, a segunda, para minha surpresa, foi excelente! De 60 questões, acertei 58! Para aquela menina que mal tinha aulas de matemática e português aquilo parecia um sonho. Classifiquei-me para a 3ª e última fase esperançosa, mas com medo. No final, também tive um bom aproveitamento. Até o dia da divulgação do listão ansiedade era meu nome. Estava tão perto de passar, tão perto de provar a mim mesma que possuia inteligência para ser aprovada no ano mais concorrido e com as provas mais bem elaboradas da universidade estadual. Dia 13 chegou e meu nome foi falado na rádio! Eu havia passado! Mas ainda não acreditava! Precisei que mais de 10 pessoas me confirmassem que ouviram também meu nome e tive que conferir se estava no listão impresso.
PASSEI EM MEDICINA! Apesar das dificuldades, serei uma estudante de medicina agora! Finalmente vou poder retribuir todo esforço que meus pais fizeram. NINGUÉM poderá atrapalhar essa minha jornada. Alguns não me entendem quando eu falo dessa imensa dedicação e valor que dou aos meus estudos, será que depois dessa longa história podem entender? Será que dá pra compreender porque eu não passo minhas horas sonhando acordada com relacionamentos puros e felizes? Dá pra perceber porque não me envolvo tanto em baladas e bebidas?
Um conselho? Estudem! A educação é o que nos torna cidadãos e seres humanos dignos.
Aqui começa uma nova vida e mais uma longa caminhada. Ainda tenho muito a corrigir, mas esforço e dedicação não vão faltar! Tudo isso faço pela minha família, amigos, Deus e futuros pacientes... O resto é o resto!
Se conseguiram ler até o final, agradeço. Odeio textos longos, mas foi necessário, hehe. Espero que, com isso, eu possa contribuir para vocês se dedicarem mais ao que vale a pena, não a desejos fúteis como namoro ou viagens. A partir de hoje é uma futura médica que escreve nesse blog. Uma nova vida, realmente, começou!

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